terça-feira, 26 de março de 2019

A Arte do Êxtase

Margo Anand
Sob a perspectiva do High Sex, nenhum homem é apenas um homem e nenhuma mulher é apenas uma mulher. Todo homem é masculino e feminino. Toda mulher é feminina e masculina. Cada um de nós tem uma polaridade dominante e uma recessiva. Relacionamentos felizes entre homens e mulheres requerem compreensão de que um equilíbrio, uma parceria interior deve ser alcançada dentro de nós mesmos, entre os aspectos feminino e masculino de nossa natureza.

Segundo a perspectiva tântrica, a existência de hormônios femininos no corpo do homem dá a ele a possibilidade de experimentar e explorar o feminino dentro de si. Da mesma forma, a existência de hormônios masculinos na mulher dá a ela a possibilidade de vivenciar seu lado masculino.
 

Jung estudou a interação entre os componentes femininos e masculinos de nossa psique individual. Ele reconheceu um elemento feminino no homem, ao qual chamou de anima. 

Da mesma forma, postulou uma alma masculina, ou animus, para a mulher, afirmando que tanto o homem como a mulher se beneficiariam ao desenvolverem a polaridade oposta. Um relacionamento equilibrado entre o homem e uma mulher, baseado no amor e na intimidade, começa com a harmonização dessas duas polaridades dentro de cada um deles.

De acordo com a 2ª Epístola de Clemente, quando perguntaram a Jesus em que momento chegaria o Reino de Deus, Ele respondeu: “Quando os dois forem apenas um, o exterior igual ao interior, o masculino igual ao feminino, nem masculino nem feminino”.

A verdadeira natureza da consciência é andrógina, e abrange o masculino e o feminino. Esse conhecimento é uma chave capaz de abrir a prisão que constituem os papéis sexuais.


O êxtase é um estado tão natural como dormir e respirar. Nascemos em êxtase, num mundo que é maravilhoso. Acontece que, à medida que crescemos, perdemos esse estado ao nos adaptarmos aos valores culturais que estão ao nosso redor, nos distanciando da plenitude da vida.

No decorrer deste caminho de intensa busca, aprendi a unir a sexualidade, amor e meditação. Durante este período, tive experiências profundas que me mostraram como a meditação pode transformar-se num estado de êxtase, comparável à experiência do orgasmo, independentemente do contexto sexual.

Uma vez que você tenha aprendido a vivenciar o orgasmo como uma manifestação de energia, independente do contexto sexual, sentirá que é capaz de assumir a responsabilidade por seu próprio bem-estar com relação ao sexo. Descobrirá que a verdadeira fonte de seu prazer não se encontra em seu parceiro, mas sim, em você mesmo. O sexo é, em primeiro lugar, uma questão de energia.

O amor começa em casa. Quanto mais você aprender a gostar de si mesmo, mais perceberá que você e não seu parceiro é a fonte de seu próprio orgasmo. A parte essencial de seu ser já está completa e é capaz de vivenciar o prazer sexual em toda a sua plenitude. Em vez de voltar-se para fora, em busca de um parceiro ideal, você dá a si mesmo, em primeiro lugar, tudo o que daria à pessoa amada.

O corpo é seu templo, a morada de uma divindade única - você mesmo. Como pessoa encarregada desse templo, respeite-o e o conserve limpo e saudável, de modo que ele seja capaz de acolher a divindade - o Amante Interior - que nele vive.

O primeiro passo no processo do Despertar do seu Amante Interior é tornar-se consciente do modo como respira e dos efeitos que a respiração provoca em seu corpo. Quando mais profundamente respiramos, mais fortemente entramos em contato com a nossa energia sexual.

Na medida em que amamos nossos corpos e descobrimos sua sabedoria, percebemos que alguém que descobre a verdade do corpo, descobre a verdade do universo.

Extraído do livro “A Arte do Êxtase”