Mãos de Luz

Barbara Ann Brennan

O Eu superior de uma pessoa é a centelha divina dentro dele, ou o Eu divino que habita em cada indivíduo, o lugar em que nos identificamos com Deus.

A doença fundamental que se me deparou em todas as pessoas com as quais já trabalhei  é o ódio de si mesmas. A doença em si é um sinal de que você está desequilibrado, porque se esqueceu de quem é.

O trabalho do curador é um trabalho de amor. O curador chega a essas áreas dolorosas da alma e redesperta suavemente a antiga lembrança da identidade da alma. Toca a centelha de Deus em cada célula do corpo e recorda-lhe suavemente que ela já é Deus. Nossa centelha divina possui a suprema sabedoria; podemos utilizá-la para guiar nossa vida.

Todos criamos doenças no corpo físico; se olharmos para trás, procurando-lhe a causa principal, veremos que ela tem sempre por base o fato de que esquecemos quem somos.

Por ocasião da morte de uma pessoa, vi seu espírito deixando o corpo para juntar-se a outros espíritos, que também estavam no quarto. Na morte, o véu se dissolve e nós voltamos para casa, para quem realmente somos.

A medicina ocidental comum tem inúmeras respostas, mas não as tem todas. Se ela não se mostrar eficiente na cura de determinada moléstia, procure-a, então, em outro lugar. Ficará surpreso com a quantidade de coisas que pode aprender a respeito de si mesmo e da sua saúde. Conheci pessoas cuja doença acabou por trazer-lhes grande alegria e compreensão profundas da vida de maneira que nunca esperou encontrar.

Se pudéssemos, pelo menos, mudar a nossa atitude em relação à doença numa atitude de aceitação e compreensão de que esta nada mais é do que uma mensagem destinada a ensinar-nos, aliviaríamos  boa parte do medo que lhe votamos.

Acima de tudo, você precisa de amor para conservar a saúde e principalmente o amor de si mesmo.

O Ser está dentro de nós

Muktananda 

Muktananda (1908-1982) é considerado como um dos grandes sábios da Índia. Depois de uma intensa busca, ele encontra Nityananda, o mestre de quem recebeu shaktipat, que confere o despertar da shakti, a energia espiritual inata de cada indivíduo. Em 1956, como o declarou seu mestre, “a viagem espiritual de Swami Muktananda chegara a seu término: o discípulo tinha atingido o estado de realização do Ser, a experiência da união com Deus. Segundo Muktananda, a felicidade é nossa verdadeira natureza, mas nós não conseguimos descobrir em nós mesmos a fonte dessa felicidade, razão por que vivemos insatisfeitos.

 

O Ser está dentro de nós

Se o Ser está dentro, porque vamos buscar seu conhecimento em outra parte? Enquanto não realizarmos o Ser no interior, não poderemos encontrar verdadeira paz.

Dentro de todo ser humano reside uma grande energia divina. As escrituras indianas a ela se referem sob diferentes nomes, como shakti (energia suprema) ou chit (consciência universal) e quando reside no corpo humano é conhecida como kundalini. Esse poder interior é a mesma força criativa responsável pela criação do mundo.

Contudo, em seu aspecto espiritual interior, a energia se encontra normalmente adormecida. O despertar dessa energia interior latente é essencial para todos nós porque só quando ela está ativada e se expande em nosso interior é que somos verdadeiramente capazes de vivenciar o Ser.

O melhor objeto da meditação é o Ser interior. Se o Ser é a meta da meditação, para que escolher outro objeto? Se queremos vivenciar o Ser, devemos meditar no Ser. A mente se transforma naquilo sobre o que medita. Assim como a shakti cria universos no mundo exterior, quando começa a trabalhar dentro de nós, ela cria um novo universo interior, um universo de entusiasmo e de felicidade suprema

O universo interior é muito maior do que o universo exterior; é tão amplo que todo o cosmo exterior pode ser guardado em apenas um canto dele. Tudo está contido dentro dele e essa é a razão pela qual os sábios indianos puderam, em meditação, descobrir todos os segredos do universo.

A verdadeira meditação é ficar livre da atividade mental. Quando os pensamentos se acalmarem, a luz do Ser brilhará de dentro. A verdadeira disciplina é a disciplina da mente. O verdadeiro autodomínio é o controle sobre as vagueações da mente. Cuide de seu Ser. Aprenda como ficar em êxtase consigo mesmo; o    êxtase está dentro e não fora de você. Aquele que você está procurando, aquele que você quer alcançar é você. É impossível experimentar beatitude e dor ao mesmo tempo. Quando alguém está estabelecido na suprema beatitude, nem a morte pode atingi-lo.

Enquanto a Kundalini não despertou, um ser humano não pode evoluir. Todos têm direito a este despertar. O amor é a realização suprema. Sem amor tudo é em vão. O mundo se manifesta graças ao poder do amor de Deus; é mantido pelo amor e, no final, será imerso no amor. É nosso dever realizar nossa própria divindade. Nossa responsabilidade é completar nossa jornada para o Ser. O ser humano é grande; ele é sublime; é muito alto. De todas as criaturas do mundo, o ser humano é o mais elevado.