sábado, 4 de outubro de 2014

Sumo dos textos (5)

Thich Nhat Hanh
          Como lidar com a raiva
A principal causa da raiva é a sua semente que existe dentro de nós mesmos. Se não houver sementes de raiva em nossa consciência armazenadora, esse sentimento não pode surgir.
  
Quando as chamas da raiva se acendem, a tendência é atacarmos quem regou as sementes desse sentimento que temos dentro de nós. É como encontrarmos nossa casa incendiada e, em vez de procurarmos apagar as chamas, sairmos em busca da pessoa que acreditamos ter ateado o fogo. 

Quando esse sentimento se manifesta, devemos nos voltar para dentro  de nós mesmos e usar a energia da atenção plena par abraçá-lo, suavizá-lo, iluminá-lo.

De acordo com o que foi ensinado pelo Buda, quando a raiva surge, temos que fechar os olhos e ouvidos, retornar para nós mesmos e procurar a fonte interior desse sentimento. O essencial é regarmos a semente da atenção plena e deixá-la surgir na nossa mente consciente.

Quando nosso estômago dói, não ficamos com raiva dele. No momento em que a mãe escuta o bebê chorando, ela deixa o que está fazendo, toma a criança nos braços e a acalenta. Depois procura descobrir o motivo do choro, se ele se deve a um desconforto físico ou emocional.

Temos que examinar a raiva a fundo, como faríamos com nosso próprio filho. Não devemos rejeitá-la nem odiá-la. A respiração consciente abranda e acalma a raiva e a atenção plena a penetra.

                                        In: “Ensinamentos sobre o amor



Sogyal Rinpoche
                O caminho para conhecer a mente
A meditação é o único caminho pelo qual podemos, gradualmente, compreender a natureza da mente.  

Aos poucos, começamos a perceber em nós uma presença calma, vasta como o céu, aquilo que Milarepa chama a "imortal e infinita natureza da mente". 

E quando essa nova consciência começa a tornar-se visível e quase indestrutível, ocorre o que os Upanixades chamam “uma virada na sede da consciência”, uma revelação profunda, pessoal e não-conceitual do que somos, por que estamos aqui e como devíamos agir, o que resulta, no final, em nada menos do que numa nova vida, num novo nascimento e quase no que se poderia chamar de uma ressurreição.
 In: O livro tibetano do viver e do morrer
 
                                       S ê   A t e n t o

Procura em ti a chama que está sempre a brilhar. Criaste labirintos dentro de ti e estes, por vezes, te distanciam da tua preciosidade... Não te percas de vista, sê atento. Sê atento para poderes vislumbrar tuas sementes, tuas chuvas fartas, a transformar a aridez do teu solo. Sê atento e verás que tudo que brilha fora, na realidade, está dentro de ti. 

Sê atento e sente; o ar que respiras é o que mantém tua vida e o que mantém tua ânsia de viver não é deste mundo, mas está aqui, moldando o teu destino. Deixa tua visão percorrer teu mundo interno e, lá, sente o que és verdadeiramente. É possível estar aqui, viver a tua escolha, mas não te esqueças que dentro de ti reside a essência, o sopro divino, e esta deverá receber teus cuidados, tua dedicação, para que assim possas percorrer por este mundo, vivê-lo intensamente e, ainda assim, não perder de vista a tua missão, o teu reencontro com o que é sagrado em ti. Sê atento, não estás aqui por acaso. 

A vida é mais que acordar e viver o dia a dia... É necessário senti-la e, através da percepção que te é dada, descobrir o que move o teu ser, o que determina os teus passos, a tua persistência em continuar... Sempre continuar. 

Sê atento; para cada causa existe um efeito. Nada está solto, tudo é uma continuidade. Portanto, transforma a tua continuidade em conchas de alegria e conhecimento. O melhor depende de ti.       (Autor desconhecido

Nenhum comentário:

Postar um comentário