segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Os segredos da vida

Elisabeth Kubler-Ross
                    
Quase todos nós queremos o amor incondicional, aquele que existe apenas devido ao que somos e não por causa do que fazemos ou deixamos de fazer. Infelizmente, a maior parte do amor que experimentamos é extremamente condicional. Somos amados pelo que fazemos pelos outros, pelo dinheiro que ganhamos, etc.

Sabemos que a vida encerra muito mais possibilidades do que as que nos permitimos experimentar. Essas possibilidades são imensamente maiores quando o medo não nos aprisiona. Há um mundo novo fora e dentro de nós, um mundo onde existe menos medo e está esperando para ser descoberto.

Precisamos transformar o nosso medo em sabedoria. Avance um pouco cada dia. Exercite-se, fazendo as pequenas coisas que você tem medo de fazer. Aprenda a usar a força do amor e da sabedoria para vencer o medo.

O nosso verdadeiro poder não provém da nossa posição na vida, de uma polpuda conta bancária ou de uma magnífica trajetória profissional. Ele é a expressão de nossa autenticidade interior. São poucos os que percebem que cada um de nós possui o poder do universo dentro de si. Olhamos em volta e achamos que os outros são poderosos, que a natureza é poderosa.

Diariamente, podemos presenciar uma semente transformando-se em flor ou o sol cruzando o céu. No entanto, nós nos consideramos desligados de todo esse processo. Mas Deus não fez a natureza poderosa e o homem fraco. Assumimos nosso poder, quando nos damos conta de que somos únicos e de que temos o mesmo poder inato de todas as outras criações. Nascemos com o poder que se encontra no mais profundo de nosso ser. Lembre-se disso e reconheça-o.

Algumas pessoas sem dinheiro se sentem ricas, ao passo que alguns ricos se sentem pobres. Ser pobre significa encarar a vida com estreiteza e impotência, o que é muito mais perigoso do que estar momentaneamente sem dinheiro. Ser pobre é esquecer-se de seu valor intrínseco, que não depende do dinheiro que possuímos. Podemos considerar certos objetos como valiosos, desde que não nos esqueçamos de que nós somos ainda mais preciosos do que quaisquer objetos que possamos adquirir.

Muitos de nós vivemos na ilusão de que é sempre bom estar no controle, de que seria perigoso deixar o universo cuidar das coisas. No entanto, o nosso controle é realmente necessário para o funcionamento do mundo? O sol nasce todas as manhãs e a maré sobe e desce sem a nossa intervenção. Não precisamos dizer a nossos filhos que cresçam; não oferecemos cursos às flores para explicar-lhes como florescer, nem tomamos providências para garantir que os planetas mantenham a devida distância uns dos outros.

O universo governa com maestria este planeta surpreendentemente complexo. Sabemos disso e, no entanto, temos medo de nos entregar a esse poder. Não é fácil descobrir o bem ou a lição em uma situação difícil. Podemos ficar perplexos, perturbados ou mesmo nos revoltar. Mas, com frequência, a única maneira de o universo nos curar e fazer crescer é nos colocando diante de situações penosas. Procure olhar para o que está acontecendo como realmente é, em vez de perceber apenas o que há de mau e negativo na situação. Nenhum de nós sabe, de fato, por que as coisas acontecem na nossa vida. O problema é que achamos que deveríamos saber. Mas viver exige humildade, porque a vida é um mistério.Tudo será revelado no devido tempo.

Quando nos desapegamos e nos entregamos, liberamos as imagens mentais de como as coisas deveriam acontecer e aceitamos o que o universo nos traz. Aceitamos a ideia de que realmente não sabemos como as coisas deveriam ser. Os que estão morrendo aprendem esta lição, quando olham a vida em retrospecto. Eles percebem que as “más” situações frequentemente os conduziram a melhores situações e aquilo que acharam bom, não tinha sido necessariamente o melhor para eles.

sábado, 10 de outubro de 2015

Técnica de Centralização 1

O s h o

                    Técnica de Centralização 1
                              O s h o



"Quando um sentimento contra ou a favor de uma    pessoa surgir, não o coloque na pessoa em questão, mas permaneça centrado."

Quando surge um sentimento de ódio contra uma pessoa ou o sentimento de amor por alguém, que fazemos? Nós o projetamos sobre a pessoa. Se você sente raiva de mim, esquece completamente de si mesmo nessa raiva; eu apenas me torno o seu objeto. Se sente amor por mim, você esquece completamente de si mesmo; só eu me torno o objeto. Você projeta seu amor, seu ódio ou qualquer outro sentimento sobre mim. Você se esquece completamente do centro interior do seu ser; o outro se torna o centro.

Este sutra diz que, quando o ódio, o amor ou outro sentimento qualquer a favor ou contra alguém surgir, “não o projete na pessoa em questão”. Lembre-se: você é a fonte. Quando sentir raiva, não vá para a pessoa a quem ela está sendo dirigida, mas sim para o centro de onde ela vem. Use a sua raiva, o seu amor ou qualquer outra coisa como uma jornada em direção ao seu centro interior até a fonte.
 

Para esta técnica, lembre-se de que você é a fonte de tudo o que está projetando nos outros; lembre-se sempre disso. E sempre que houver um sentimento contra ou a favor, feche seus olhos, volte-se para dentro e olhe para a fonte de onde vem esse amor ou essa raiva. O ódio, o amor, tudo vem da sua fonte. E é fácil chegar à fonte no momento em que se está amando ou odiando, porque então você está quente. É fácil entrar nessa hora. O fio está quente e você pode usá-lo. Pode ir para dentro com esse calor. E quando atingir lá dentro um ponto frio, de repente perceberá uma dimensão diferente, um mundo diferente se abrindo à sua frente. Use a raiva, use o ódio, use o amor para entrar.
 
Um dos maiores mestres zen, Lin-Chi, costumava dizer: “Quando eu era jovem, adorava andar de barco. Tinha um pequeno barco e ia para o lago sozinho. Era capaz de ficar ali durante horas.Um dia aconteceu que, de olhos fechados, eu estava meditando no meu barco sobre a noite tão maravilhosa. Um barco vazio veio flutuando com a correnteza e bateu no meu. Meus olhos estavam fechados e então eu pensei: ‘alguém está batendo o seu barco contra o meu’. Senti raiva. Abri os olhos e já ia dizer alguma coisa com raiva para aquela pessoa. Então percebi que o barco estava vazio. Não havia jeito de me extravasar. A quem eu poderia expressar a minha raiva? O barco estava vazio. Estava apenas flutuando na correnteza. Chegou e bateu no meu barco”

Então Lin-Chi falou: “Fechei meus olhos. A raiva estava ali presente, mas não achando um jeito de sair. Fechei os olhos e simplesmente comecei a navegar naquela raiva. E o barco vazio tornou-se a minha realização. Naquela noite silenciosa cheguei a um ponto dentro de mim. Aquele barco vazio foi o meu guru. E agora, se alguém vem num barco e me insulta, dou risada e digo que este barco também está vazio. Fecho os olhos e vou para dentro”. 

Use esta técnica. Ela poderá fazer milagres com você.

sábado, 3 de outubro de 2015

Rumo à Consciência Cósmica

Huberto Rohden
       


               RUMO À CONSCIÊNCIA CÓSMICA
                          Huberto Rohden




A presença do Infinito em todos os finitos é um fato universal. Assim, a presença de Deus no homem é uma realidade objetiva, mas o que resolve os problemas do homem não é o fato da presença divina, e sim a consciência dessa presença.

Enquanto o homem não conscientizar, nitidamente, o fato da presença de Deus nele, continua a ser pecador, doente, infeliz, mortal, sujeito às misérias do ego. Mas, a partir do momento em que ele desperta para a consciência da presença de Deus nele, acabam as misérias geradas pelo ego e principiam as grandezas nascidas do Eu.

O homem de consciência cósmica não identifica o “reino de Deus” com as profanidades da vida, nem aguarda a inauguração desse reino após a morte e em alguma região longínqua do Universo. Ele sabe, por experiência própria, que o reino de Deus está dentro do homem, embora como “tesouro oculto”, e sabe, também, que esse tesouro oculto pode ser descoberto.                  

"Somente o nosso consciente obscurecido é que nos torna cegos para as glórias do mundo espiritual, no qual vivemos. O homem que tem a permanente consciência da presença de Deus vive, agora mesmo, na harmonia do seu reino, numa atitude interna inatingível pelas vicissitudes dos fenômenos externos".

Albert Einstein, que era um grande luminar, afirma: “O descobrimento das leis da natureza – a ciência – torna o homem erudito, mas não torna o homem bom. O homem bom é aquele que realiza os valores que estão dentro de sua consciência. Do mundo dos fatos,  que é a ciência, não conduz nenhum caminho para o mundo dos valores, que é a consciência. Fatos não produzem valores, porque os valores vêm de outra região.”

Se o homem conseguir esvaziar-se completamente de todos os conteúdos do seu ego humano, infalivelmente vai ser invadido pela alma do Universo, que não está fora dele, mas dentro dele mesmo. Essa invasão é automática, mas o esvaziamento do nosso ego é nossa tarefa própria. E aqui está a grande dificuldade. O nosso querido ego não quer ser esvaziado das suas atividades, porque ele não sabe nada fora disso.

Todas as forças do Universo estão dentro de nós, dentro do nosso verdadeiro Eu, que é Deus em nós. Mas, enquanto o homem não tem consciência dessa força, ela não atua, e é como se não existisse. O homem de fé, isto é, cônscio de sua força, é onipotente.

sábado, 12 de setembro de 2015

Elisabeth Kubler- Ross

Elisabeth Kubler-Ross
Elisabeth Kubler-Ross (1926-2004), Médica, psiquiatra, foi uma pioneira em matéria de acompanhamento de pessoas em fim de vida. Ela passou centenas de horas à cabeceira de pacientes terminais, observando o comportamento dos mesmos.
Em entrevistas, ela resume  convicções baseadas em suas próprias pesquisas científicas: “A morte é apenas uma transição para uma outra forma de vida. O instante da morte é uma experiência única, bela, libertadora, que  se vive sem medo nem angústia”.

Hans Küng, um conhecido teólogo suíço,  salienta a importância dessa mulher corajosa e diz que não somente os teólogos, mas um número incalculável de pessoas, lhe são infinitamente reconhecidos, pois ela, ao abordar essas questões sobre a morte, quebrou um velho tabu e abriu a medicina para um tema tão importante.

Elisabeth Kubler-Ross escreveu vários livros, dentre os quais se destacam: “Sobre a morte e o morrer”, “A Roda da Vida” e “A morte – um amanhecer”.

Para ela, as pessoas portadoras de uma doença terminal passam por várias fases, em relação à sua doença. Podemos resumi-las em “não-aceitação”, incluindo queixas, revolta, depressão e, finalmente,  aceitação, fase em que a pessoa não se identifica mais com o corpo e experiencia a paz da consciência.

“Sobre a morte e o morrer”, há um fato que devo mencionar. Depois de ler o livro, ofereci-o a meu médico, Dr. Joaci  Medeiros. Percebendo a importância do assunto, tão pouco conhecido por seus colegas, ele resolveu oferecer um exemplar do livro ao Presidente da Unimed Fortaleza. Eu soube, algum tempo depois, que a Unimed adquiriu cerca de 100 exemplares do livro e os distribuiu a médicos, sobretudo aos que trabalhavam nas UTI´s.

“Roda da Vida” foi o último livro que ela escreveu. Trata-se de uma autobiografia, em que  são descritos os  fatos de maior relevância em sua vida.

Elisabeth Kubler-Ross é uma cientista, cuja vida foi dedicada à compreensão de uma realidade tão temida  e negada por quase todas as pessoas: a morte. Mas ela, enfrentando os preconceitos de seus colegas de medicina, persistiu com tenacidade na busca da verdade que, mais cedo ou mais tarde, é sempre vitoriosa

Como ela diz: "É muito importante saber que, se você tiver uma consciência clara e se estiver fazendo o seu trabalho com amor, os outros o desmoralizarão e tentarão arruinar a sua vida. E depois de dez anos, entretanto, você terá dezoito doutorados pelo mesmo tipo de trabalho."

Para finalizar, transcrevo o que constitui a essência de seu pensamento sobre a morte:

 "Quando acabamos de fazer tudo o que viemos fazer aqui na Terra, podemos sair de nosso corpo, que aprisiona nossa alma como um casulo aprisiona a futura borboleta. E, na hora certa, podemos deixá-lo para trás, e não sentimos mais dor, nem medo, nem preocupações - estamos livres como uma linda borboleta voltando para casa, para Deus..."

sábado, 5 de setembro de 2015

Terapia e Meditação

Js.

Falo freqüentemente às pessoas sobre a importância da Meditação.  Mesmo quando vou a alguma consulta médica, reservo a parte final do atendimento para perguntar: “Doutor, o Senhor medita? E aproveito para oferecer algum texto que trata do assunto.

Os melhores investimentos que já fiz na vida foram a psicanálise e, depois, a meditação. Durante 10 anos, submeti-me à terapia; comecei em São Paulo e continuei aqui em Fortaleza. Foram cerca de 500 sessões, verdadeiros faróis acesos sobre o meu inconsciente, receptáculo de tudo o que foi reprimido na minha vida. O objetivo era trazer de volta à consciência o que vivia na clandestinidade. A conscientização cura nossas mentiras, nossos medos.

O exemplo mais notável nesse trabalho de conscientização foi dado pelo famoso psiquiatra Carl Gustavo Jung. Depois de muitos anos dedicados a essa árdua tarefa do autoconhecimento, ele declara em sua autobiografia “Memórias, Sonhos e Reflexões”: “Minha vida é a história de um inconsciente que se realizou”.

Investi bastante dinheiro no pagamento de minha terapia. Numa retrospectiva sobre todo esse tempo em que passei por uma verdadeira “cirurgia psíquica”, posso dizer que o saldo foi positivo, mas não resolveu todos os problemas, porque a terapia trabalha sobre o ego da pessoa, a fim de que ela possa viver e se ajustar à sociedade em que vive.

Mas meu anseio era ir mais longe. Queria encontrar a minha verdadeira identidade, a que nos é dada quando nascemos: “a natureza essencial da mente”, qual um diamante que trazemos ao virmos a este mundo. Infelizmente esse tesouro vai aos poucos se perdendo e vivemos sem tomar consciência de tão valioso presente que a Vida nos deu.

A Meditação pode ser considerada como o coroamento da terapia: ela vai bem mais longe. Aqui o investimento requerido não é de ordem financeira, mas um trabalho bem mais refinado, em que a mente é implacavelmente vigiada, livrando-nos dos condicionamentos e nos conduzindo ao nosso ser verdadeiro, livres das mentiras da mente.

Às pessoas muito ocupadas, eu daria a seguinte sugestão: reservem um pouco de tempo, 5 a 10 minutos por dia e tentem olhar para dentro de si. No começo, isso pode gerar um certo medo, pois vocês vão se deparar com pensamentos  e emoções desagradáveis. Mas não assumam uma atitude de luta, sejam apenas observadores do que emerge na sua mente. Aos poucos, a identificação vai perdendo força e se estabelecendo uma separação entre vocês e os pensamentos; a energia retirada da mente se transforma em consciência.

No momento em que a pessoa se torna capaz de perceber com clareza que ela não é os pensamentos, sendo estes tão somente memórias do passado registradas na  mente, essa pessoa deu um passo de imensa repercussão na sua vida: ela deixou o caminho da mecanicidade em que vivia e despertou para a realidade. Esse despertar requer tempo e obstinação, porque estivemos durante muito tempo em poder das emoções negativas e da identificação.

Mas eu lhes asseguro: vale a pena. Experimentem!

domingo, 5 de julho de 2015

A Cura pela Meditação 2

Cristina Cairo
Após tantas buscas, tropeços e sofrimentos, a vida lançou-me nos braços do meu interior. A solução para os problemas está na sabedoria que reside em nossa essência e, para alcançá-la, precisamos aprender a meditar. Acredite no poder do silêncio e discipline a sua mente para aceitar a quietude. Meditar é viver aventuras que jamais serão encontradas no plano visível, mas podemos sentir seus efeitos em nossa vida material. Somos um oceano de energia e para sentirmos essa força é preciso ignorar, por minutos ou horas, os acontecimentos do dia-a-dia, fechando os nossos olhos e visualizando a grande luz, que  é a nossa essência verdadeira. Aprendi lições no silêncio e descobri que em meu interior existe uma escola de vida. Constatei que, por meio do silêncio profundo, é possível curar a própria doença, acalmar ambientes, auxiliar na cura de pessoas e ser uma pessoa cada vez melhor.

O corpo etérico é um invólucro de energia que fica próximo do corpo físico. Ele é denso, porém mais sutil que o corpo físico. O corpo etérico recebe energia do corpo astral, que é ainda mais sutil, e dos chakras, que atuam sobre esses três corpos, alimentando-os de substâncias vitais. Quando uma pessoa está doente, é preciso abrir seus chakras, pois seu corpo etérico foi bloqueado e não consegue transmitir energia vital ao corpo físico.

O budismo ensina princípios fundamentais para o comportamento correto do ser humano. Ensina que o mundo visível é ilusão e que a mente produz tudo o que é ruim e tudo o que é bom. O mundo da mente não conhece os caminhos do darma, o ensinamento que liberta o ser humano das limitações de sua consciência. A palavra darma significa a sabedoria que vive no Universo e que os santos ou avatares captaram em suas almas e espalharam pelo mundo, para quem conseguisse entendê-la e praticá-la.

Quando aplicamos o darma, conseguimos olhar para a nossa própria dor e, com distanciamento, perceber que ela pode desaparecer a qualquer momento, pois é apenas ilusão.

Ser livre é sentir a verdadeira paz de espírito que o darma proporciona; somos seres de essência iluminada e não apenas corpos que o tempo destrói. A realidade que vemos com os olhos da carne não é a mesma realidade que os olhos iluminados enxergam.

Quanto mais concentramos nossa atenção no silêncio da meditação, tanto mais escavaremos o túnel que nos leva ao ensinamento do darma. Meditar faz romper as barreiras da infinita represa de Deus, e os sofrimentos, sejam eles quais forem, desaparecerão na grandeza da luz. É preciso olhar o mundo sabendo que estamos de passagem. Brinque mais, pratique mudanças internas e liberte-se dos apegos. Saiba que vale a pena lutar para ser uma pessoa melhor. O retorno que a vida nos dá é do tamanho do nosso merecimento.

sábado, 4 de julho de 2015

A Entrega


Eckhart Tolle
A ENTREGA não transforma aquilo que é, ao menos não diretamente. A entrega transforma você. Quando você estiver transformado, todo o seu mundo fica transformado, porque o mundo é somente um reflexo. A doença não é o problema. Você é o problema, enquanto a mente estiver no controle.

Quando você estiver doente ou incapacitado, não sinta que fracassou de alguma forma, não sinta culpa de nada. Não culpe a vida por tratar você tão mal, mas também não se culpe de nada. Tudo isso é resistência. Se você tem uma doença grave, use-a para alcançar a iluminação. Use qualquer coisa "ruim" que acontecer na sua vida para alcançar a iluminação.

Retire o tempo da doença. Não dê a ela nenhum passado ou futuro. Deixe-a forçar você para a percepção intensa do momento presente. E veja o que acontece. Torne-se um alquimista. Transforme o metal em ouro, o sofrimento em consciência, a infelicidade em iluminação.

Sempre que acontecer uma desgraça ou alguma coisa de ruim na sua vida - uma doença, a perda da casa, do patrimônio ou de uma posição social, a morte ou o sofrimento por alguém, ou a proximidade da sua própria morte -, saiba que existe um outro lado e que você está a apenas um passo de distância de algo inacreditável: uma completa transformação alquímica da base de metal da dor e do sofrimento em ouro. Esse passo simples é chamado de entrega.

Não estou querendo dizer que você vai ficar feliz em uma situação dessas. Não vai. Mas o medo e o sofrimento vão se transformar em uma paz interior e uma serenidade que vêm de um lugar muito profundo. Essa é a "paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento". Comparada a isso, a felicidade é quase uma coisa superficial. Com essa paz radiante, vem a percepção - não no nível da mente, mas dentro das profundezas do seu Ser - de que você é indestrutível, imortal. Isso não é uma crença. É uma certeza absoluta, que não precisa de uma manifestação exterior nem de qualquer prova.

Quando nos rendemos àquilo que é e assim ficamos inteiramente presentes, o passado deixa de ter qualquer força. Não precisamos mais dele. A presença é a chave. O Agora é a chave.

Como a resistência é inseparável da mente, o abandono da resistência - a entrega - é o fim da atuação dominadora da mente, do impostor fingindo ser "você", o falso deus. Todo o julgamento e toda a negatividade se dissolvem. A região do Ser, que tinha sido encoberta pela mente, se abre.

De repente, surge uma grande serenidade dentro de você, uma imensa sensação de paz. E, dentro dessa paz, existe uma grande alegria. E, dentro dessa alegria, existe amor. E lá no fundo está o sagrado, o incomensurável, o que não pode ser nomeado.

In: Praticando o Poder do Agora – Eckhart Tolle

Apaixonar-se

   Nancy Qualls-Corbett
Apaixonar-se é sempre o resultado de uma projeção; não é sentimento maduro de respeito e admiração pelo outro; ao contrário, ama-se um aspecto de si mesmo.

Quando a projeção é retirada, a realidade da pessoa é percebida e pergunta-se então: “O que via eu nele (ou nela)?”.

Para que a mulher se possa tornar  mais do que apenas o reflexo de seu amante, a projeção tem que ser conscientemente extirpada. Ela precisa conseguir entender que as qualidades que ela vê nele estão, na realidade, dentro dela própria.

Nesse ponto, ela  consegue também apreciar a força madura do masculino, o deus dentro dela, sem perder a conexão com sua natureza feminina.

Todo homem carrega dentro de si uma eterna imagem de mulher, que não é a imagem desta ou daquela mulher em particular, mas uma imagem feminina definida.

Essa imagem é fundamentalmente inconsciente, fator hereditário de origem primordial, gravado no sistema orgânico vivo do homem, uma impressão ou um “arquétipo” de todas as experiências antepassadas da mulher.
                           

domingo, 21 de junho de 2015

Jesus - O Filho do Homem

Wagner Borges
              Wagner Borges
    (Um Depoimento Extrafísico) 


Eu O vi passar com seus discípulos. O seu rosto era um sol, e sua prosa era muito agradável. Ele falava do Pai Celestial e ensinava que o Seu Amor estava em tudo. E Ele era risonho, gostava de crianças e de tomar banho de chuva. 

E eu me perguntava como o filho do Senhor podia ser tão simples, e ainda caminhar com os homens como igual? Ele, o Grande Médico da Alma, que era pura simplicidade. Ele, que via a verdade dentro do coração dos homens, sem jamais julgá-los, e que tinha o brilho das estrelas no olhar, o toque generoso e criativo, e um Grande Amor em seu coração.

Sim, eu O vi passar, e Ele fitou-me diretamente nos olhos. Então, eu soube que Ele tinha visto a verdade em meu coração. E uma onda de ternura serena entrou em mim. E eu chorei muito, pois o amor daquele olhar dissolveu as faixas escuras que apertavam meu coração. 

Eu era um homem cheio de arrogância e adorava julgar os outros. Mas Ele me olhou como quem olha um irmão querido. Eu andava em trevas, porém, o olhar d'Ele fez raiar a luz da aurora em meu Ser. Ele estava ali, com o olhar do amanhecer da consciência, andando entre os homens da Terra... 

E eu fui tocado, em Espírito e Verdade, e tudo mudou! Sim, o Amor dissolveu meu egoísmo. A Luz curou minha dor, que era o vazio de consciência. Nunca mais O vi, mas Ele mudou minha vida, para sempre...E as trevas que me rondavam, se foram. 

Desde então, caminho cheio de gratidão... E isso eu devo ao olhar d'Ele, o olhar do amanhecer da consciência... O olhar de Jesus, o Filho do Homem.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Libertando o Coração

Lawrence W. Jaffe
Em um dos principais tópicos abordados no livro “Libertando o Coração”, Lawrence W. Jaffe  trata de um tema básico da Psicologia: a projeção. Projetar é ver fora de nós mesmos aquilo que está dentro de nós. Freud e outros psicólogos de primeira grandeza viam na projeção o mais poderoso mecanismo de defesa da personalidade. Desde cedo, em nossas vidas, erigimos essa muralha de defesa e lançamos à clandestinidade partes essenciais de nosso ser. Reconhecer essas projeções e trazê-las de volta a suas origens é uma tarefa que exige muita determinação e é tão grandiosa que o autor a considera uma “obra divina".
                    

Libertando o Coração

O que outrora aceitávamos por uma questão de fé, temos agora de chegar a conhecer pela experiência. Hoje, muitas pessoas não podem mais acreditar em algo somente porque alguma autoridade, por mais respeitável que seja, assim lhes determina. Jung era assim. Quando lhe perguntaram, aos oitenta e um anos, se acreditava em Deus, ele respondeu: “Eu não acredito. Eu sei”. Tendo tido a experiência de Deus, ele não precisava acreditar n’Ele.

Reconhecer e retirar as projeções é obra divina, pois, assim fazendo, estamos descobrindo a nossa consciência e descobrindo quem somos. Como disse Clemente de Alexandria, padre da igreja, “Quando um homem conhece a si mesmo, ele conhece a Deus”. 
Além disso, nós dispensamos as outras pessoas de carregar a pesada carga emocional de nossas percepções errôneas, de nossos erros de julgamento, de identificação e de nossas distorções.

O que acontecerá quando os homens e as mulheres deixarem de projetar tanto uns sobre os outros? Ou melhor, o que será de nós quando começarmos a ver em nós mesmos características antes atribuídas ao outro sexo?

Por que é que eu afirmo que a liderança espiritual transferiu-se agora para a mulher? Porque a mulher forçou corajosamente os homens a deixar de fazer projeções sobre ela.  A mulher, espontaneamente, começa a sacrificar o poder que tinha antes nas mãos, em virtude dessas mesmas projeções. Cabia às mulheres muito poder, por exemplo, advindo do desejo erótico que os homens sentiam por elas. Atualmente, muitas mulheres modernas preferem aplicar suas energias em outras coisas, de preferência a cultivar e explorar seus atrativos “femininos”

A alma é uma personificação do inconsciente, onde jaz o tesouro, a libido imersa na introversão, e alegorizado como reino de Deus. A libido concentrada no inconsciente era anteriormente investida nos objetos, o que fazia o mundo parecer todo-poderoso. Deus estava então do “lado de fora”, mas agora ele age a partir de dentro, tal como o tesouro oculto concebido como reino de Deus. 

Tudo o de que precisamos pode ser encontrado dentro de nós. Eis aí uma verdade a que nós dificilmente nos apegamos, em parte porque na sociedade mais extrovertida do mundo, a América, afirmam-nos constantemente que aquilo de que necessitamos está fora de nós, no shopping center, no salão social da igreja ou na universidade.