sábado, 11 de março de 2017

Livre-se Facilmente da Dor Crônica

Dra. Ingrid Bacci
O seu corpo não é uma força estranha; ele detém as chaves da sua saúde. Se aprender a escutá-lo e a compreendê-lo, conseguirá curar a si mesmo.

Há em seus músculos uma coisa chamada “memória muscular”. Eles aprenderam, após anos de experiência, a contrair-se na iminência do perigo e não sabem mais como evitar isso. A tensão estará além de seu controle consciente, a menos que você reeduque os músculos.

Músculos constantemente contraídos são dolorosos. E às vezes provocam dor em outras partes do corpo. A dor é conseqüência de excessiva pressão, a partir de músculos contraídos. A tensão numa parte do corpo cria tensões em outras. Um músculo contraído no pescoço, por exemplo, pode provocar dor na parte inferior das costas.

Aprender a sentir o corpo pode nos ajudar a encontrar e solucionar stresses emocionais ou mentais, dos quais às vezes não temos consciência, mas contribuem decisivamente para a dor. Quando a tensão crônica se dispersa, graças ao trabalho corporal, as emoções suprimidas conseguem fluir espontaneamente. Não é incomum que clientes, em sessão de massagem ou terapia manual, rompam subitamente em lágrimas de angústia ou tristeza ou expressem cólera violenta, quando a tensão fisiológica do seu corpo desaparece.

Hoje, muitos terapeutas que trabalham com o corpo ajudam os clientes a curar-se, localizando e, em seguida, eliminando as suas tensões neuromusculares. Quando os bloqueios neuromusculares cedem à pressão manual ou energética, os pacientes quase sempre evocam experiências intensas, que estavam sepultadas em seu inconsciente.

A mente não está separada do corpo. Essa verdade é tão fundamental que, compreendê-la bem, pode mudar radicalmente a nossa maneira de encarar a cura da dor crônica. Temos de conceder ao corpo o seu pleno status de fonte de inteligência e sabedoria em nossa vida, bem como de poderoso aliado na promoção de mudanças, crescimento e cura. Mente é corpo e corpo é mente.

Quando sentimos dor, não gostamos de sentir o corpo. Afinal, ele incomoda. Tomamos analgésicos para aliviar a dor. Mas a percepção imparcial de nossas sensações, mesmo as dolorosas, tenderá a reduzir a dor. A percepção imparcial estimula o relaxamento e promove a cura. A dor tende a dissipar-se, quando não reagimos a ela. Quando reagimos, ela aumenta.

Quanto mais aprendemos a sentir o corpo, mais acesso temos às emoções recalcadas. Saber reconhecer, acatar, expressar e liberar emoções suprimidas costuma aliviar a dor crônica.

O corpo funciona como porta-voz dos sentimentos e experiências inconscientes. Quanto mais entramos em contato com ele, mais ganhamos acesso aos sentimentos reprimidos. Por que não usar o corpo como aliado para ajudar um paciente a desenvolver a autopercepção? Procurar captar as sensações do corpo constitui uma ferramenta mais eficiente para descobrir os verdadeiros sentimentos do que refletir sobre estes. Pensar, muitas vezes, nos distancia dos sentimentos profundos, ao passo que o corpo escancara as portas para as emoções.

Se você parar um pouco e prestar atenção nas sensações do seu corpo, ao perceber que sua mente está se desgarrando, provavelmente notará que os seus músculos estão tensos: ombros rígidos, respiração oprimida, vísceras contraídas e por aí vai. A tensão do corpo é um indício de que você se ausentou de si mesmo e caiu sob o jugo do medo.

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