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Um problema na garganta e nariz, provocado pelo contato com papel e
livros, suscitou em mim um questionamento sobre a validade das minhas
leituras.
Encerro o ano com 44 livros lidos e já preparei
os recortes de papel para relacionar os novos livros, a serem lidos na
maratona do ano seguinte.
Que sentido tem toda essa fome de leitura? Vou
destacar dois aspectos: a preocupação pela quantidade de livros lidos e a
necessidade de ouvir o que dizem os outros. Ora, ambas as motivações,
segundo Maslow, atendem mais a uma “necessidade de segurança” e já é
tempo de prevalecerem os fatores de crescimento.
Estas foram as luzes que, nesta manhã, minha consciência projetou sobre um assunto de tanta importância para mim.
E
a pergunta principal: para que ouvir tantos mestres, em detrimento da
escuta do Mestre interior? Krishnamurti, Osho, H. Rohden, Muktananda e
muitos outros, todos eles hauriram suas riquezas diretamente da fonte
interior. E por que eu, também, não poderei fazê-lo?
Vou aguardar o desdobramento dessa exigência que, a despeito de mim, se fez luz na minha consciência.
O texto acima foi escrito em 1987. São decorridos 27 anos e merece, pois, alguns acréscimos.
Ainda continuei por alguns anos com a mesma sede de leitura, mas há um fato novo que passou a ser preponderante em minha vida: a meditação.
Essa mudança de rumo se acentuou ainda mais ao me deparar com depoimentos de pessoas sábias, sempre chamando minha atenção para a riqueza que existe em nosso interior.
Ultimamente, li um texto de Ibn Arabî (1165-1240), um místico sufi, filósofo e poeta, que tocava na mesma tecla: “Ó tu que procuras o caminho, volta atrás, pois é em ti que se encontra o segredo.” Esta afirmação foi feita no século XIII, mas continua válida ainda hoje, pois a Verdade é eterna. Os sábios de hoje, sem exceção, afirmam a mesma coisa.
Há alguns meses atrás, enviei um e-mail para Alsibar, um cearense do qual já falei em uma das minhas postagens, relatando-lhe todo o meu esforço visando à auto-realização. A resposta que recebi ainda hoje repercute em minha vida. Disse-me ele "Também fico feliz em saber sobre a jornada do conterrâneo espiritualista . Mas,
amigo, se me permite - abandone a luta, antes que seja tarde demais. Talvez o
dia já tenha chegado e você não tenha percebido."
Nestes últimos anos, doei à Universidade mais de mil livros, porque agora só leio e-books. Compro pela Internet e em poucos minutos o livro é baixado para o computador e daí eu o transfiro para o Kindle Paperwhite da Amazon, que comporta mais de mil livros. Posso, também, fazer a compra diretamente do Kindle.
Com o e-reader posso montar uma biblioteca de mil livros, num pequeno aparelho portátil e leve.
Há, também, muitos livros disponíveis em formato PDF que podem ser baixados gratuitamente para o Computador.
Não me desfiz de quatro livros de papel; dentre eles está “Autobiografia de um Iogue”, pois tenho uma gratidão imensa por Yogananda; foi ele que me estimulou e orientou a fazer da meditação uma parte fundamental da minha vida.
Como conclusão, escolhi uma parábola de Cristo, citada no Evangelho de São Mateus: "O Reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido no campo; um homemo acha e, na sua alegria, vai, vende tudo o que possui e compra aquele canpo".