domingo, 26 de fevereiro de 2017

Como seu corpo respira

Dra. Ingrid Bacci
O modo como você respira é, provavelmente, o fator mais importante a influenciar sua vida. Dado que a maneira de respirar está intimamente relacionada à tensão no corpo, os padrões respiratórios têm efeito considerável na dor que você sente. Se você aprender a respirar corretamente, poderá reduzir facilmente o nível da sua dor e melhorar muito a sua vida em geral.

Quando enchemos os pulmões de ar, os músculos responsáveis por essa função estão na verdade injetando oxigênio em nosso corpo. O mais importante desses músculos é o diafragma, responsável por 75% do trabalho respiratório. É por isso que ele é chamado de músculo primário da respiração. A boa respiração é conhecida como respiração diafragmática. Quando o diafragma executa a sua devida cota de trabalho, nós respiramos bem, descontraída e profundamente.

Se você quiser reduzir a sua dor crônica, tenha por objetivo diário praticar a respiração diafragmática. Você irá se sentir muito, muito melhor. Quando o diafragma funciona de modo adequado, sai da posição de repouso e contrai-se para baixo, a fim de trazer ar aos pulmões. Em seguida, se descontrai, voltando à posição original, enquanto o ar é expelido dos pulmões.  Se o diafragma desce e sobe livremente, injeta grande quantidade de oxigênio vital nos pulmões. Estes e o coração, por sua vez, cooperam no transporte do oxigênio para os tecidos. Quando o diafragma desce sem empecilho, massageia e estimula todos os órgãos digestivos que estão sob ele. Quando o músculo diafragmático está descontraído, ele se move facilmente para cima e para baixo, promovendo uma respiração suave, profunda e lenta. Respirar diafragmaticamente – lenta, suave e profundamente – reduz a tensão muscular no corpo inteiro.

Quando o nosso corpo está sob o domínio do stress, não conseguimos respirar diafragmaticamente. E quando não respiramos diafragmaticamente, obrigamos a tensão do diafragma a se comunicar a outros músculos, que também se enrijecem. Os músculos respiratórios secundários são forçados a assumir a tarefa de injetar oxigênio no organismo. Esses músculos da parte superior do tórax (peito, pescoço, mandíbula) não foram feitos para executar o trabalho do diafragma e se cansam facilmente, o que provoca dor nas costas, ombros, queixo, além de dor de cabeça.

As pessoas que dependem, para respirar, dos músculos respiratórios secundários, e não do diafragma, são respiradores torácicos ou respiradores de peito. O peito delas sobe e desce, enquanto o abdome não participa do processo. Quem sofre de dor crônica, inclusive no pescoço e ombros, é frequentemente um respirador de peito. As pessoas que respiram com o apoio do diafragma são respiradores de barriga. O ventre delas movimenta-se para frente e para trás, enquanto o peito fica quase inteiramente por fora do processo. Em termos estatísticos, os respiradores diafragmáticos ou de barriga apresentam muito menos tendência a sofrer de dor crônica que os respiradores de peito.

Levando-se em conta que, quase sempre, o stress se traduz em respiração superficial, o indicador mais óbvio do stress é o hábito de respirar pelo peito.

Respirar diafragmaticamente aguça a concentração mental, acalma as emoções e alivia a tensão física.

Extraído do livro: Livre-se facilmente da dor crônica

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