domingo, 16 de julho de 2017

Androginia

Js.
A palavra andrógino se origina de duas palavras gregas: andros e gynos, significando respectivamente homem e mulher. Estudos psicológicos demonstram que todo ser humano é andrógino, isto é, traz em si as energias masculinas e femininas. Jung denominou de anima a energia feminina presente no homem e animus a energia masculina existente na mulher. Segundo o Gênesis (cap. 1,) o homem original, Adão, era tanto macho quanto fêmea. “Criou-os macho e fêmea. Abençoou-os e deu-lhes o nome de Homem” Mas, somente em pessoas espiritualmente desenvolvidas essas polaridades se unem, sem mais precisarmos projetar uma metade nossas em um parceiro humano. Sempre que um homem ou uma mulher nos fascina, podemos ter a certeza de que um componente projetado pelo inconsciente está em ação. Os grandes sábios da humanidade eram andróginos. Jesus Cristo, Buda, Ramana Maharsh e centenas de outros que já estiveram entre nós, deram demonstração de firmeza, autoridade (qualidades masculinas), mas eram eram ao mesmo tempo bondosos, compassivos e plenos de amor. (qualidades femininas). Essa integração do masculino e feminino em uma única pessoa, com suas energias circulando em uma única corrente de vida, implica uma profunda evolução do ser humano de volta às suas origens.

Paco Rabane
Cada homem e cada mulher tem em si o seu duplo feminino ou masculino. A unidade está oculta no fundo de nós mesmos. É por isso que o Alquimista nos diz: “Desce às tuas entranhas, como Orfeu aos infernos, para encontrar Eurídice; como Dante em busca de Beatriz, e tornar-te-ás um ser completo, um Jano, um rei-rainha coroado; tornar-te-às o andrógino sagrado e não serás mais que Um com Deus. “Visita interiora terrae et invenies ocultum lapidem.” Explora o interior da terra e encontra a pedra oculta.

Se eu tivesse uma mensagem, seria esta: “Atenção, o que veem aqui em baixo não é tudo. E o resto vos é acessível, com esforço, se souberem encontrar as chaves. As chaves não são inacessíveis; trazemo-las dentro de nós mesmos. “Explora as tuas entranhas e encontrarás a pedra oculta”. No momento de sua encarnação, o nosso ser foi bruscamente cindido em dois, na dor. Ele, que era andrógino num plano vibratório, tornou-se homem ou mulher sobre a terra. Dito de outra maneira, este outro nós mesmos, que por vezes passamos uma vida inteira a procurar, está enterrado em nossas entranhas. Enquanto não tivermos tomado consciência disso, a busca amorosa continuará decepcionante. (In: Trajetória de uma vida a outra – (Paco Rabane)

Esse trabalho de encontrar o masculino e o feminino que vivem dentro de nós e de fazer amor com eles, retira nossas projeções, sem que elas tenham de passar por affairs românticos, e permite que a energia psíquica se acumule e se torne, no momento certo, pronto para a transformação. Ao negar aos nossos monstros acesso à consciência, impedimos a passagem da energia vital, instintiva e em estado bruto, que se encontra trancada dentro de deles. No princípio da criação, o masculino e o feminino estavam juntos. Separaram-se e o homem incompleto procura o seu equilíbrio nas relações sexuais, sem saber que a unidade está na sua consciência. (In: Pelo Caminho da Dor – Sukie Colegrave)

A
Chris Griscom
o avançarmos para estados superiores de consciência, todos nós, mais cedo ou mais tarde, experienciamos o fato de sermos andróginos, de estarmos imbuídos de energias masculina e feminina. Entrar em contato com a mulher interior é um meio poderosíssimo de eliminar a projeção que você faz na mulher exterior. Tendo estabelecido contato com a mulher interior, ela se transforma em essência viva, uma parte viva de você, cuja energia pode ajudá-lo em qualquer hora. (In: A Energia Sexual – Chris Griscom)

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