sábado, 21 de janeiro de 2017

O que é Meditação

Osho
Meditação é um estado de não mente, de pura consciência. Comumente a sua consciência está cheia de lixo, como um espelho coberto de pó. A mente é um tráfego constante de pensamentos. Esse é o estado de não meditação.

Exatamente o oposto é a meditação. Quando não há nenhum tráfego e o pensar cessou, nenhum pensamento se move, nenhum desejo se agita, você está totalmente silencioso - esse silêncio é meditação. E nesse silêncio a verdade é conhecida, e nunca de outra maneira.

Meditação é um estado de não mente. Você pode encontrar a meditação apenas se colocar a mente de lado, se estiver calmo, vendo os pensamentos passarem, mas não se identificando com eles.

Quando você tiver saboreado alguns momentos de silêncio, de alegria, de meditação, você vai querer que esse estado se torne o seu estado constante. Pouco a pouco, mais e mais momentos virão.

Quando você se torna habilidoso, quando aprende o truque de não se envolver com a mente, quando aprende a ciência de criar uma distância entre você e os seus pensamentos, cada vez mais a meditação estará se derramando sobre você. E quanto mais ela se derrama, mais ela o transforma.  Chega um dia, um dia de grande benção, em que a meditação se torna o seu estado natural.

A mente não é natural; ela nunca se torna o seu estado natural. Mas a meditação é um estado natural - o qual perdemos. É um paraíso perdido, mas o paraíso pode ser recuperado. Olhe nos olhos de uma criança, olhe e você verá um tremendo silêncio, uma tremenda inocência. Toda criança vem com um estado meditativo, mas ela tem que ser iniciada nos caminhos da sociedade - tem que aprender como pensar, como calcular, como raciocinar, como argumentar; tem que aprender as palavras, a língua, os conceitos. E, pouco a pouco, ela perde o contato com a sua própria inocência. Ela se torna contaminada, poluída pela sociedade. Ela se torna um mecanismo eficiente; não é mais um ser humano.

Tudo o que é preciso é recuperar esse espaço outra vez; você já o conheceu antes. Assim, quando pela primeira vez você conhecer a meditação, ficará surpreso - porque surgirá em você uma grande sensação, como se a tivesse conhecido antes. E essa sensação é verdadeira: você a conheceu antes. Você se esqueceu. O diamante está perdido num monte de lixo. Mas se puder tirar o lixo, você encontrará o diamante outra vez - ele é seu. Ele não pode estar realmente perdido, pode apenas ser esquecido.

Nós nascemos como meditadores, depois aprendemos os caminhos da mente. Mas a nossa verdadeira natureza permanece oculta em algum lugar bem no fundo, como uma subcorrente. Qualquer dia, cavando um pouquinho, você encontrará a fonte ainda fluindo, a fonte de águas frescas. Maturidade é conhecer algo em você que é imortal, conhecer algo em você que transcenderá a morte - que é meditação. A mente conhece o mundo, a meditação conhece Deus.

A mente é um meio de entender o objeto; a meditação é um meio de entender o sujeito. A mente se interessa pelo conteúdo, e a meditação se interessa pelo recipiente - a consciência. A mente fica obcecada pelas nuvens, e a meditação busca pelo céu. As nuvens vão e vem, mas o céu permanece. Busque pelo céu interior. E se você encontrá-lo, então nunca morrerá. O corpo morrerá, a mente morrerá, mas você nunca morrerá. E conhecer isso é conhecer a vida.

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